Um dos avós do gênero FPS, Wolfenstein aposta em uma abordagem ligeiramente diferente em The New Order. Embora mantenha muitos elementos que ajudaram a consagrar as primeiras versões da franquia, o trabalho do estúdio Machine Games (formado por ex-membros da Starbreeze) adota características de títulos modernos para não soar como anacrônico.
No game, você assume o papel do Capitão BJ Blazkowicz que, junto a um grupo de soldados, lidera uma ofensiva ao castelo do cientista nazista conhecido como Deathshead. Apesar de um começo promissor, não demora até que a invasão se depare com problemas graves e os heróis se vejam presos pelo vilão.
Durante a tentativa de escapar do local, Blazkowicz é atingido por destroços e fica totalmente catatônico, preso a uma cadeira durante os próximos 14 anos. Durante esse intervalo, Hitler e seus aliados usaram tecnologias avançadas para conquistar o mundo e difundir totalmente os valores da cultura ariana.
Agora, cabe a você reunir um grupo de rebeldes e descobrir uma maneira de salvar a humanidade desse regime opressor. Para isso, o protagonista conta com um arsenal variado de armas com inspiração futurista que deve ser usado de forma inteligente para destruir centenas de inimigos.
Uma história diferente
Em seu início, The New Order parece seguir à risca a cartilha de outros games que têm como cenário a Segunda Guerra Mundial. No entanto, basta pouco mais de uma hora de jogo para que você seja transportado a uma versão paralela dos anos 60 totalmente dominada pela estética e filosofia do Terceiro Reich.
Com os Estados Unidos destruídos por um ataque atômico e o Reino Unido dominado pelos nazistas, muitos eventos importantes mudaram completamente. Exemplo disso são os Beatles, que, dentro do universo do jogo, assumem um nome diferente e se dedicam a cantar músicas em alemão enaltecendo o novo regime.
A maior parte das mudanças é revelada durante os momentos em que o protagonista não está matando dezenas de inimigos, seja na forma de recortes de jornal ou através de outros itens escondidos pelo cenário. Só decepciona o fato de que, apesar de a Machine Games ter criado um universo rico, não há muita possibilidade de explorá-lo — como a maior parte do jogo se passa dentro de cenários fechados, não é possível ter uma visão mais geral de como o mundo dessa realidade paralela é diferente.
Passado futurista
Apesar de adotar muitos elementos de design considerados antiquados, como a dependência de itens para recarregar a vida do personagem, The New Order apresenta aspectos que ajudam a modernizar tais opções. Exemplo é a energia do protagonista, que se regenera automaticamente sempre em múltiplos de 20 — ou seja, se você está com 63 pontos disponíveis, basta esperar um pouco em uma área segura para que eles se transformem em 80.
Outra prova dessa filosofia “old school” é a possibilidade de usar em par praticamente qualquer arma do título, o que inclui desde pistolas até metralhadoras e espingardas futuristas. .
Um dos pontos que se destacam no jogo é a forma como ele se adapta à maneira como você está acostumado a lidar com shooters. Enquanto jogadores mais cautelosos podem se esgueirar pelos cantos e eliminar soldados de maneira silenciosa (o que garante uma quantidade menor de inimigos), aqueles que desejam ir de “peito aberto”, acionando alarmes e matando dezenas de adversários no processo, vão ter uma experiência igualmente satisfatória.
Ciente disso, vale a pena ficar atento ao sistema de “perks” do jogo, que destrava novas habilidades dependendo de suas ações durante a história. Matar silenciosamente determinada quantidade de adversários libera a possibilidade de jogar facas à distância, enquanto o consumo excessivo de itens de cura pode aumentar sua energia total — isso só para citar duas das condições apresentadas pelo game.
Honrando tradições
Assim como nos Wolfensteins do passado, The New Order está recheado de passagens secretas e salas escondidas, muitas delas bastante difíceis de serem encontradas. O jogo também investe em algumas escolhas morais.
Infelizmente, a decisão de incluir elementos considerados antiquados nem sempre funciona muito bem. Prova disso são os chefes do título, que se mostram cansativos ao investirem em fórmulas que exigem que o jogador decore padrões pré-estabelecidos em vez de testar suas habilidades verdadeiras.
Talvez a maior prova de que o passado da série não foi (e nem deve ser) esquecido é o pesadelo que BJ Blazkowicz pode ter em determinado ponto do jogo. Em vez de apostar em uma cena interativa para mostrar o que acontece, a Machine Games decide convidar o jogador a reviver uma fase do Wolfenstein original, com direito aos velhos pixels e à sua trilha sonora clássica.
Vale a pena?
Unindo de forma eficiente elementos antigos e modernos, The New Order se mostra uma boa adição à biblioteca de qualquer fã do gênero FPS. Apesar de o jogo apresentar alguns problemas de ritmo em alguns pontos, a experiência geral é bastante recompensadora e divertida.
Caso você goste de tiroteios e não se incomode em lutar mais uma vez contra nazistas, Wolfenstein: The New Order garante várias horas de diversão.
1 player
idioma: inglês
Nenhum comentário:
Postar um comentário